musica
Thaio Conde – Quem diz que o amor é que dói
Mais uma composição postada no Youtube, aos trancos e barrancos! Essa é a “Quem diz que o amor é que dói”.
Quem diz que o amor é que dói
Não teve a perna quebrada
Nem uma pedra nos rins
Ou sequer uma unha encravada
Quem diz que o amor é que dói
Não bateu o dedão na quina
Nem prendeu a mão na porta
Ou encontrou você na esquina
Amar você não me dói
Doi é não te ter ao meu lado
Pra me ouvir reclamar
O tempo todo do machucado
Quem diz que o amor é que dói
É por que não teve caxumba
Nem teve muita dor de dente
Nem levou palmada na bunda
Amar você não me dói
Doi é não te ter ao meu lado
Pra me ouvir reclamar
O tempo todo do machucado
A saúde a gente valoriza
Só quando já não tem
Igual a você meu bem
Thaio Conde – Só pras árvores
Mais uma composição minha! Essa chama Só pras árvores.
O vento sopra as árvores
E eu continuo aqui
Os pássaros voam sem parar
E eu continuo a chorar
Ninguém falou que a solidão
Ahhh
Ninguém falou que a solidão
No meu rosto bate o sol
E bate a nossa história
De que criei uma ilusão
Em cima de uma memória
Ninguém falou que a solidão
Ahhh
Ninguém falou que a solidão
Era mais fácil
Thaio Conde e Rafael Gollin – Imóvel
Uma composição minha que gravei graças a ajuda do meu amigo músico e professor Rafael Gollin. Mesmo sem muita prática em canto, estou arriscando a colocar p’ra fora meus projetos musicais.
Já tentaram me apagar
Me soprando como um tornado
Me tirando os pés do chão
E meu ar obstinado
Mas meuuu bem
Se sou fogo por que você fica
Se sou nada por que você tenta
Se sou parada por que
Você vem?
Já tentaram me parar
Freando como um automóvel
Os meus fios nos seus dedos
E meu corpo lastimável
Mas meuu bem
Se sou gente como você
Se sou livre desde que nasci
Desde que minha mãe me pariu
Como me deixar imóvel?
Já tentaram me calar
Me tirando um som agudo
E seu grave contra o meu
Batucava este samba
Mas meuuu bem
Se sou fraca do que você tem medo
Se sou nada por que você tenta
Se sou parada por que você vem
Me deixar imóvel?
Mas meuuu bem
Se sou tão pouco por que você fica
Se sou nada por que você tenta
Se sou parada por que você vem
Me deixar imóvel?
Ruídos
Pum. Ruídos. Terça-feira, dia 19 de fevereiro de 2019 na cidade de São João Del Rei. Um professor tenta prender a atenção da sua turma de percepção musical. Em pé de frente à lousa, risca com seu giz desenhos do que ele acredita ser uma orelha. Tímpano. Cóclea. Frequência. Ruído.
Toc toc. Uma senhora com sorriso carismático atrapalha a aula para entregar o lanche do filho. Som musical, ritmo, movimento, ruído – continua perto da porta o professor que não consegue esconder seu encantamento pelo músico John Cage. Altura, duração, intensidade, timbre – responde um aluno sentado no fundo que se sente orgulhoso de responder corretamente o que aprendeu nos seus anos de conservatório.
Agudo e grave. Lentamente, o professor toca no piano vários acordes e muda as opções apertando os botões pra tentar explicar o que é timbre. Não existe palavra já criada pra explicar o que é timbre! – diz frustrado no mesmo tom de voz de um quadrinista que se sente obrigado a responder quando lhe perguntam o que é arte.
Dó, ré, mi. Em Mi resguarda uma Dó da criança perto do piano que, por causa da sua terrível escolha de se sentar no canto da parede, está sendo punida orquestradamente com ruídos altos do velho piano.
Pi. Pi. Pi. Me assusto com meu celular que desperta imitando um relógio e, intrigado, o professor se pergunta o que tanto escrevo no meu caderno. Pausa, pauta. A aula continua e o professor desenha nas pautas do quadro as notas Ré, Mi, Fá e o Sol bate em seu rosto.
Crackle. Fecham as cortinas da janela e continua o professor, craque em ensinar partitura. Lá. Lá no corredor, toca o sinal avisando o fim da aula. Os alunos aceleram o ritmo saindo da sala antes mesmo que o professor termine. E depois das pausas frequentes, o professor guarda o final para Si.
Silêncio.